O excesso de importações faz mais uma vítima na indústria brasileira: os fabricantes de pneus.
De acordo com informações da Associação Nacional da Indústria de
Pneumáticos (ANIP), o País já deixou de produzir 4,6 milhões de unidades
quando comparados os números de 2010, de 67,3 milhões de pneus
produzidos, com os de 2012, de 62,7 milhões. E esse quadro não há de
melhorar enquanto a competitividade dos fabricantes nacionais não
receber uma injeção de ânimo, ponderou o presidente da entidade em
comunicado à imprensa.
Ainda assim, para este ano a expectativa da ANIP é de modesto
crescimento sobre o ano anterior, de 2%, equivalente a 64,8 milhões de
unidades. O volume, no entanto, não cumpre com a demanda interna, que
importa cerca de 40% de suas necessidades – boa parte dos quais, segundo
a mesma ANIP, de baixa qualidade, sem avaliação de órgão certificador,
e, pior, sem destinação correta de descarte, o que custa à indústria em
torno de R$ 80 milhões anualmente.
Ainda assim, as previsões pouco otimistas não desencorajaram os planos
de investimentos. Entre 2007 e 2015, empresas como Bridgestone,
Continental, Goodyear, Levorin, Michelin, Pirelli e Sumitomo (esta com
sua marca Dunlop, prestes a iniciar atividades por aqui), pretendem
investir no País R$ 10,7 bilhões em ampliação da capacidade produtiva,
qualidade e inovações tecnológicas.
PERSPECTIVAS
À exceção dos pneus para motocicletas, as importações tiveram salto de
25,5% dos primeiros quatro meses de 2013 sobre 2012, de 7,76 milhões
para 9,73 milhões de unidades. A maior parte dos produtos vem da China,
que respondeu por 5,16 milhões do volume importado no mesmo período em
2013, incremento de 16,5% sobre as 4,42 milhões de unidades de 2012.
Na contramão, as exportações de pneus brasileiros caíram 10,6% em igual período, de 4,78 milhões para 4,27 milhões.